A cidade histórica de Mariana surgiu pelo fim do século XVII, com bandeirantes que vieram em busca do ouro. Séculos depois, a cidade continua com seus garimpeiros trabalhando da mesma forma, até hoje.
Fique aqui com a gente e conheça um pouco sobre os mineiros de Mariana.
O garimpo
Seja nas águas dos muitos ribeirões da cidade e dos seus distritos, ou mesmo nas redondezas das minas abandonadas, os mineiros artesanais tentam a sorte para sustentar suas famílias em busca de metal precioso.
Bateias, pás, enxadas e panos para coleta do ouro são as ferramentas dos mineiros que tentam a sorte nas águas dos ribeirões, até mesmo do Ribeirão do Carmo, no centro da cidade. Essas também são as ferramentas de quem busca ouro nas minas abandonadas, algumas delas com túneis profundos, sinuosos e assustadores.
Porém, onde houver uma esperança, haverá um mineiro marianense.
Povo humilde e trabalhador
Os mineiros artesanais são gente humilde, trabalhadora, muitas delas mais velhas e que, na falta de oportunidade, encontram no garimpo uma honesta forma de vida. As poucas gramas de ouro que conseguem tirar todo mês dão para o sustento básico e muitos deles não querem mais que isso.
Muitos dos mineiros recebem sequer um salário mínimo no final do mês.
Quem passa em cima da Ponte da Liberdade, no centro de Mariana, ocasionalmente vê no rio alguns dos mineiros artesanais buscando seu sustento nas água poluídas do Ribeirão do Carmo.
Um trabalho baseado na honestidade e confiança
Longe da avareza que permeia a mineração, os mineiros marianenses são um exemplo de honestidade e confiança entre si. Suas ferramentas de trabalho muitas vezes ficam no próprio rio e ninguém pega o que não é seu. Eles também não mexem nos canais abertos no rio que não lhe “pertencem’. O respeito ainda perdura por aqui.
Nenhum dos mineiros marianenses almeja ficar rico. Eles querem apenas seu sustento. Muitos são velhos e sem instrução formal, mas preferem a vida simples com amigos do que a solidão da riqueza.
A febre do ouro não contamina esses marianenses, vacinados pelas duas experiências de vida. Não há palavra para descrever a emoção desses mineiros ao encontrar o ouro do seu sustento. Ainda não criaram adjetivos para isso. E nos resta contar esses e outros relatos do nosso povo marianense.