Autor: Pedro Paulo Rezende • Agência Brasil • Licença: (CC BY 3.0 BR)
Para aproveitar o clima de feriado de Finados, vamos deixar aqui para vocês lerem (e não conseguirem dormir de noite) mais uma daquelas histórias de assombração contadas pela a minha avó, como sempre.
Dessa vez também aconteceu em Furquim, exatamente no dia os Finados e por volta da década de 50.
Minha avó era adolescente ainda e foi um primo dela que presenciou o acontecimento e contou para toda a família.
E tudo, como sempre, aconteceu por conta da banalização e curiosidade com o que não se tem explicação.
Os jovens de Furquim eram muito interessados em uma moça que aparecia todo Dia dos Mortos segurando uma vela no povoado local. Mas, estranhamente, nunca descobriam nada sobre ela.
Era como se ela sumisse do mapa
Então, no dia primeiro de novembro de 1955, um grupo de amigos de Furquim, incluindo um primo de minha avó, resolveu sair à noite e descobrir quem era a jovem, que diziam ser belíssima.
Ela surgia à meia-noite em ponto, ia até a Igreja Matriz, do distrito, e muitos rapazes já tinham comentado curiosos por ela.
Eles se esconderam atrás do cruzeiro que fica na praça principal e esperaram ansiosamente pela moça.
Até que a viram, meia-noite em ponto, segurando uma vela e usando um vestido branco.
Ela era realmente muito bonita. Era magra e com um cabelo muito preto e liso, bem grande.
Ao vê-la pela primeira vez, o grupo teve certeza não ser mentira o que comentavam. Os garotos se impressionaram com a beleza dela e se decidiram por conversar com a moça.
Ao chegarem perto e chamá-la, ela se virou e disse:
– Não adianta tentarem se comunicar. Aqui é osso só!
E se desmanchou na frente dos garotos, transformando-se em ossos que caíram no chão com o vestido branco que ela usava e com a vela ainda acesa.
Imediatamente, os rapazes correram desesperados para casa e contaram a história para suas famílias.
A explicação
Em nossa família, havia um padre que era amigo da família e considerado como irmão pelo o meu bisavô.
Então, o sacerdote contou que essa moça havia morrido de tuberculose no Dia de Finados, há cinqüenta anos.
Coincidentemente, segundo a sua família, ela prometera levar uma vela todo dia de Finados para as almas que padeceram dessa doença.
Pelo visto, a moça ainda estava cumprindo a promessa, mesmo depois de morta.
E cumpria a promessa para si própria também.
No final, ficou uma lição para o grupo de amigos que resolveram brincar com o desconhecido.
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