Época de eleições, ânimos exaltados, histórias tenebrosas vindo à tona… e nosso conto é sobre os fantasmas de Brasília.
Se você pensou que vamos falar do universo pantanoso dos políticos, é porque não sabe que Brasília tem seus próprios fantasmas.
E não se tratam de funcionários do poder público que aparecem só para receber o salário no fim do mês.
Esses fantasmas são reais. Ou melhor, são sobrenaturais.
Continue lendo para entender melhor!
De onde vêm os fantasmas de Brasília
Brasília é uma cidade relativamente nova. Inaugurada no dia 21 de abril de 1960, pelo então presidente Juscelino Kubitschek, tornou-se a terceira capital do Brasil. A primeira foi Salvador (1549-1763), seguida pelo Rio de Janeiro (1763-1960).
Não era para ter fantasmas de expressiva importância histórica, correto?
Errado.
Os fantasmas de Brasília remontam à sua fundação.
E vamos explicar por quê!
Quem são os fantasmas de Brasília
Os Dois Candangos – Estátua que homenageia os trabalhadores
Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília • Licença: CC-BY-2.0
As assombrações que rondam a cidade de Brasília são dos trabalhadores que morreram durante a construção da cidade.
Chamados Candangos, foram eternizados na praça dos Três Poderes, em uma escultura de Bruno Giorgi.
Alguns deles ainda vagam pela cidade, em vultos pacíficos. Outros continuam realizando o trabalho que faziam na época, sem descanso.
E isso tem um motivo.
A cidade foi erguida no meio do cerrado, entre os anos de 1956 a 1960.
Estima-se que a obra tenha atraído aproximadamente 60 mil operários, vindos de todo o território nacional.
Eles foram instalados em barracões insalubres, sem uma estrutura mínima de comodidade e eram obrigados a trabalhar sem equipamentos de proteção.
Além disso, sofriam pressões para apressarem a construção da cidade, que incluía desde a jornada de dois turnos até a retenção de pagamento e cortes de água.
Registros indicam que mais de três mil operários morreram nas obras da construção de Brasília que duraram 4 anos.
A maioria dos acidentes ocorreram nas obras dos ministérios. Conta-se que chegavam a ser registrados dois ou três acidentes em cada edifício, por dia.
E que, muitas vezes, os operários eram enterrados nos próprios canteiros das obras. Por isso, é nos corredores desses edifícios que parte a maior parte dos relatos das aparições.