Imagens: Fábio Seletti
O 1º Encontro Intermunicipal dos Conselhos de Cultura do Fundo do Vale contou com a presença de participantes dos Conselhos de Guaratinguetá, Aparecida, Lorena, Cruzeiro e fazedoras e fazedores de cultura do município de Cunha.
O evento ocorreu no dia 06 no Auditório Frei Galvão, em Guaratinguetá, promovido pelo Comcult, de Guaratinguetá.
No evento foram discutidos temas referentes à organização e desafios dos Conselhos de Cultura participantes.
Conferência Nacional de Cultura inspirou o evento
Imagens: Fábio Seletti
De acordo com Filippe Moura, presidente do Cumcult de Guaratinguetá, a interlocução surgiu esse ano com a Conferência Nacional, do Ministério da Cultura, em Brasília, para definição de políticas de cultura para os próximos dez anos.
“Junto com o Conselho Municipal, de Guaratinguetá, começou-se a ventilar essa ideia de fazer o convite para outros Conselhos para que se fizesse o primeiro encontro”, relata o presidente.
No final, “a adesão foi muito boa: todos os Conselhos compareceram, com seus presidentes, seus secretários de Cultura e com conselheiros e conselheiras”., conclui Filippe Moura.
Outra figura que costuma participar frequentemente de encontros de políticas culturais também marcou presença no evento, Rosa Filippo (PSD)
Para a vereadora, um dos maiores desafios que a cidade de Guaratinguetá vivencia no setor cultural é o da implementação do Plano Municipal de Cultura – que “já está aprovado e no momento está na Câmara para algumas adequações”, relata a parlamentar.
É um momento de “realização de sonhos”
“Está sendo possível realizar vários sonhos que estão sendo sonhados desde décadas atras, com a criação do Sistema Nacional de Cultura, que agora vai ser implementado”, na visão de Laura Rainhas – conselheira de Cultura, de Aparecida.
Na opinião de Laura, uma reunião entre os Conselhos regionalmente “vai contribuir bastante com o ideário constitucional de nosso país – que é de termos um Sistema Nacional de Cultura unificado”.
“Nós, da Cultura, temos uma diferença para outras áreas – para outras secretarias ou outros tipos de conselho: a Cultura é feita em comunidade. Então se a gente consegue ter um Conselho de Cultura unido com Conselhos de Cultura de outras cidades isso só intensifica um trabalho que é feito através da união,” conclui Laura Rainhas.
Momento “extremamente significativo”
Imagens: Fábio Seletti
“Extremamente significativo esse momento”, opinou Layla Mulinari, conselheira de Cultura pelo município de Lorena.
A lorenense enfatizou que a escuta ativa entre os conselheiros permite a percepção de “singularidades daquele outro município e que são muito semelhantes”. Também comentou sobre as demandas relacionadas ao território: o Vale do Paraíba. “A gente dialoga. Somos muito próximos”, explica Layla.
“Então, é extremamente importante quando a gente vem dentro de um lugar para pensar leis – para pensar em práticas públicas – para a Cultura, entendo que há um aprendizado com o modo de fazer próprio de cada coletivo”, conclui a conselheira.
Na mesma direção, apontou o secretário de Cultura, de Lorena. Leandro Meirinho, acredita que, em um primeiro momento, a formação de convênios informais – a junção de algumas cidades e a formação de regiões culturais – podem nascer de iniciativas como esta. Para o secretário, isso viabiliza o sentido “a valorização local”.
Meirinho comenta sobre três exemplos de valorização da Cultura local que “quanto mais ancestral for e mais genuína”, mais apontará “um caminho para o desenvolvimento”:
- Cita o município de São Luís por “destacar a cultura vale paraibana: por ter um carnaval de marchinhas e um festival de viola”;
- Compreende que fazendo um investimento na valoração da cultura local, “se consegue o bom visitante: a pessoa que deixa o dinheiro na cidade.” Cita, dessa maneira, a Região Turística da Fé e do Vale Histórico como um exemplo de percepção desse pensamento.
- A religiosidade como nicho cultural: “Porque todas as nossas manifestações culturais nasceram de matrizes africanas ou do Catolicismo. Então, a gente vê a catira, a folia de reis, o Moçambique, o Jongo, a moda de viola – que vem da guitarra portuguesa”, explica Meirinho.
Há uma riqueza de diversidades culturais
A forma como a cultura se manifesta no Vale do Paraíba é um dos pontos fortes da região, considerando-se principalmente que ela “é diversa”, na visão da representante de Cunha, Dina Chimello – diretora Museu Municipal Franciso Veloso.
Para a agente de cultura, “Os fazedores de cultura são nascidos com uma convivência tão próxima da cultura raiz, vinda dos avós, dos pais e com a lei favorecendo a perpetuação dessa cultura.”
Institucionalização dos Conselhos, integração regional e ampliação da proposta de diálogo
“Entender os desafios de institucionalização dos Conselhos, das suas funções, de ter uma participação maior no debate público – sobre a proposição de políticas públicas em relação aos editais, a fomento da cultura”, essa é a maior importância na visão do conselheiro guaratinguetaense, Thales Gayean.
Para o conselheiro, há uma “integração natural” entre os muncípios, exemplificando com Guaratinguetá, Aparecida e Lorena. Na sua visão é comum que os munícipes dessas cidades morem em uma localidade e trabalhem na outra. O que, em sua percepção, acontece também na área cultural.
“Nós temos um contexto de produção cultural que é muito integrado entre as cidades. Então, muita gente de Guaratinguetá trabalha em Lorena, em Aparecida e vive aqui. Esse intercâmbio é muito comum. Então, nada mais natural a nível de política pública que isso também seja integrado”, aponta o conselheiro.
Thiago Xavier, secretário da mesa diretiva, do Comcult, enxerga na mesa direção que o colega:
“Esse intercâmbio entre os Conselhos, do Vale Histórico, que está iniciando hoje neste primeiro Encontro é um projeto embrionário para uma Conferência dos Conselhos que a gente quer transformar de forma robusta nos próximos anos e para que as próximas gestões tenham isso como fator importante em relação às políticas culturais do Vale Histórico”, analisa o conselheiro.
Para quem quiser participar das reuniões
O Conselho Municipal de Políticas Culturais de Guaratinguetá reúne-se costumeiramente no prédio da secretaria de Educação do município, em uma reunião de frequência mensal, todas as primeiras quartas-feiras, às 19h. A reunião é aberta ao público.
Fábio quero parabenizar sua matéria sobre o I Encontro dos Conselhos de Cultura das cidades do Vale Histórico. Para nós do Comcult Guaratinguetá contar com esse apoio de divulgação das ações do Comcult, levando informação para os munícipes conhecerem sobre o Conselho de cultura de Guaratinguetá.
Rosângela, agradeço de coração pelo retorno. E minha ideia é essa mesma: colaborar para que os munícipes de Guaratinguetá e região tenham a oportunidade de conhecer mais sobre políticas culturais. Dessa forma, os Comcults, do Vale Histórico, podem sempre contar com o meu apoio!