O evento, do movimento hip hop, visualiza a divulgação dessa cultura, das práticas e vivências do underground/ hip hop em Guaratinguetá
O Guará Cypher chega em sua 6ª edição e apresentou batalhas de breaking e de MC´s, além de oficinas gratuitas de graffiti, danças urbanas, fitdance e muito mais. O evento, de idealização de Pedro Costa, o Japa, é voltado para a cultura hip hop e tem entrada franca para toda comunidade, sendo que desta vez foi realizado no Jardim Tamandaré. A festa aconteceu nas tardes dos dias 28 e 29 de setembro.
O Guará Cypher “é uma confraternização de hip hop”, explica Japa
O Guará Cypher chegou em sua sexta edição, que está ocorrendo graças a lei de incentivo, Paulo Gustavo, de 2023, de acordo com o idealizador.
O autor do evento relata que é uma ideia que surgiu em 2009 quando dava aula em alguns projetos sociais, começando com o MVA, que era um movimento artístico, a Batalha do Verde e Amarelo – que foi se amadurecendo até se tornar hoje: o Guará Cypher.
“É uma confraternização de hip hop”, de acordo com Japa – um evento que apresenta oficinas de breaking, de Graffiti, de outros tipos de dança.
Também é um evento onde há batalhas de breaking, de MC´s. Em outras edições, conforme relatado pelo idealizador, feitas com a Secretaria de Cultura, teve o skate também – “que vinha com o pessoal da (loja) Four Family”, relembra Japa.
“Então, é uma grande confraternização do hip hop, da essência que ele é. E hoje a gente está fazendo aqui, no barracão da escola de samba, Tamandaré, para ter uma oportunidade de trazer para dentro da comunidade um pouco mais dessa cultura”, afirma Japa.
“A minha relação com o Guará Cypher é bem sentimental”, relata Green
“Sou conhecido como, Green, no meio da cultura. Pratico breaking há uns 15 anos. A minha relação com ele veio da capoeira, que eu fazia quando era criança”, apresenta-se Green, um dos oficineiros que trabalhou no evento.
Green iniciou sua relação com o breaking bem cedo. Relata que era praticante de capoeira e que “por causa das movimentações: ser mais acrobática, eu conheci uma pessoa na escola que dançava e me apresentou. Eu fiz essa transição. Danço profissionalmente há uns 5 anos”, destaca o artista.
Relata também que é parceiro do projeto desde o início: “o Japa é um parceiro que dança desde criança. Nos conhecemos crianças no meio das batalhas, nesses eventos que tinham entre escolas e cidades. A gente se conheceu através disso e hoje ele é fazedor de eventos. E sempre realiza o Guará Cypher”, rememora o dançarino.
Green destaca que sua relação com o “Guará Cypher é bem sentimental”. Isso porque, enaltece o projeto, relatando que “é um dos poucos que fazem hip hop ainda aqui na região acontecer”, Além disso, entende que é “bem movimentado, gera oportunidade para as pessoas”.
“Então, a gente tem um sentimento muito próximo, de família mesmo”, relata.
“Sempre quero passar uma mensagem: algo que agregue de alguma forma no dia a dia da comunidade”, relata a professora de graffiti, Izzy
Izzy, tem 24 anos e é natural daqui de Guaratinguetá. É professora e escritora de graffiti há quatro anos. Trabalha com movimentos sociais de graffiti no município, com movimentações nas escolas públicas e participa de movimentos de hip hop, trazendo essa arte como ferramenta de revitalização.
A escritora de graffiti relata que sempre trabalha com comunidades carentes, trazendo essa técnica artística para que as pessoas a vejam como uma possibilidade profissional. Além disso, gosta de revitalizar lugares que já não estão tão bonitos, mas que podem ficar: com a arte. Assim, “trazer alegria para a comunidade, esperança, união, com o hip hop”, relata a artista.
A revitalização de espaços com o graffiti
Para fazer a revitalização de um ambiente, a artista relata que primeiramente faz a limpeza do local, para depois consertar as paredes e fazer os reparos que ela entende como necessários – nesse sentido também demonstra para os moradores da comunidade atendida como se faz a preparação do espaço que será revitalizado.
Além disso, relata que há várias minúcias técnicas na escolha dos materiais para o desenvolvimento do reparo artístico. “Depois como se faz a utilização do material que é, normalmente, o látex; como pintar com o rolo? Como utilizar a lata de spray? Quais são os materiais necessários? Como tinta a óleo, que tem durabilidade para áreas externas de uns 10 anos”, observa a artista.
O uso das letras e palavras no emprego da arte: graffiti
“Normalmente eu trabalho com letras, com palavras, porque sempre quero passar uma mensagem. Algo que as pessoas passem na rua e olhem e que agregue de alguma forma no dia a dia da comunidade.”, relata Izzy.
Como professora de graffiti, conta que, ao realizar uma oficina, primeiramente conversa com os alunos, explicando como foi início da prática artística: as primeiras técnicas, o desenvolvimento das letras e dos personagens, além de pessoas que foram as pioneiras no movimento.
Depois, entra mais na parte prática: “eu ensino como fazer um rascunho, como pegar referência e a parte prática, de como riscar com a lata, como preencher com o spray, como fazer uma sombra, um degradê”, analisa Izzy.
O Guará Cypher chegou em sua sexta edição e aconteceu no barracão de alegorias, da Unidos da Tamandaré, em Guaratinguetá. O foco do evento é levar a conhecimento da população a cultura hip hop, com seus costumes, práticas e via artísticas.