Exposição de artesanato em Guaratinguetá visa fomentar o empreendedorismo feminino. A III Feira da Mulher Artesã expôs 53 estandes que variaram entre produtos de beleza, papelaria, acessórios e muito mais. O evento ocorreu dia 09 de março no Espaço Multiuso, em Guaratinguetá.
As atrações foram o os próprios estandes que apresentaram vários artesanatos, música e sorteio.
Houve expositoras de Guaratinguetá, de Pindamonhangaba e de Lorena, relata a organização do evento, que iniciou os trabalhos em dezembro, 3 meses antes da realização.
“Nós fazemos [o evento] em março, porque é o mês da mulher internacionalmente. Então, a feira visa o protagonismo da mulher: as artes de cada artesã que estará ali [nos estandes] é feita por elas mesmas”, relata Inês Moraes, uma das organizadoras.
Para Inês, a importância de se fazer um evento focado em mulheres artesãs é para visar o “protagonismo da mulher”:
“É voltado exclusivamente para mulheres artesãs. Para valorizar o trabalho da mulher artesã, colocando-a como protagonista nesse mês de março. E que não seja somente no mês de março, mas seja o ano todo. Para que a mulher tenha o protagonismo em março e ser valorizado o trabalho do artesanato na cidade de Guaratinguetá e região.”, relata a organizadora.
O uso de redes sociais foi um passo facilitador para organização do evento
“A gente montou um grupo [no WhatsApp] de mulheres artesãs que existe desde a primeira edição. Então, entrei diretamente no grupo e falei com elas sobre. Assim foi fluindo”, relata Cibele Ferraro, que com sua mãe, Inês Moraes, são duas organizadoras da III Feira da Mulher Artesã.
A empreendedora relata que participou desde a primeira feira, como artesã. “Participei como expositora: expondo produtos alimentícios vegetarianos. Na segunda edição participei como organizadora, porém fiquei mais na parte de apoio para as duas organizadoras”, explica Cibele.
No ano de 2024 teve a oportunidade de tomar a frente, estabelecendo uma relação com as artesãs que estavam no grupo e fazendo a divulgação para que outras que não expuseram anteriormente tivessem a sua oportunidade nesta edição.
Relata que a realização desta edição foi desafiadora:
“Está sendo um grande desafio para mim esse ano, porque eu sou uma pessoa tímida estar no palco, tendo esse contato com elas [artesãs], tomando a frente está sendo um grande desafio como pessoa e mulher. Então, está sendo gratificante demais para mim essa Feira”, relata Cibele.
Artes visuais, bijouterias em macramê e trabalhos em MDF estiveram entre as atrações na III Feira da Mulher Artesã
Trabalhos artesanais apresentados na Feira foram variados, havendo alimentos, acessórios de diversos tipos, além de enfeites e embalagens.
Decoupage em MDF, trabalhos em pasta acrílica e em stencil
Trabalhadora focada no desenvolvimento de caixas e mandalas artesanais, Mariana Leal, tem como diferencial do seu trabalho: “Amor, carinho, dedicação, tempo, pesquisa”, relata.
Expositora veterana na Feira da Mulher Artesã, explica que “é o segundo ano que eu participo com muito louvor. Estou muito feliz de estar aqui. A diferença é a organização, é o planejamento. Saber que cada ano elas [a organização] melhoram em cada detalhe. Isso é o diferencial”.
Bijuterias em macramê: o trabalho da Sanchina Biju
A empreendedora Marcela Caetano aposta na personalização do seu trabalho: “meu diferencial seja fazer tudo a mão. Eu mesma faço. Minha mãe trabalha comigo. Faço coisas personalizadas”, explica.
Expositora na III Feira da Mulher Artesã, seu trabalho se foca no desenvolvimento de acessórios em macramê.
“O macramê é a arte do nó. Então você faz vários pontos com vários nós e aí vai formando uma pulseira, um colar. E aí se usa vários tipos de fios: encerado, de seda. E faz esses nós para que forme um acessório”, explica Marcela.
Marcela iniciou seus trabalhos artesanais com a pademia, sendo uma forma de se manter ocupada no período de quarentena. “Comecei em 2020, na pandemia. Estava muito nervosa com a situação e precisava distrair a cabeça. E como minha mãe lidava com crochê, tricô, ela tinha uns fios e me deu [esses materiais]”, relata.
Partindo dessa primeira experiência, começou a assistir vídeos no YouTube, sempre fazendo e testando. “Acabou dando certo”, comemora.
Hoje, é proprietária de um lojinha online, que pode ser encontrada pelo Instagram @shanchinha_biju e seu sonho é ter um ponto de venda físico para expor o seu artesanato.
Artes visuais também fizeram presença na feira
Thatiane Almeida trabalha com pinturas em aquarela, em acrílico e produtos de papelaria criativa: marcadores de livro, quadrinhos, cartões.
Seu público é bastante jovem, explica, em decorrência do tipo de pinturas que costuma produzir.
“O público jovem chega bastante. Até porque, como faço muitas pinturas que têm referências na cultura pop, a séries, filmes, livros. Muitas vezes é o público jovem que está mais ligado a esse tipo de coisa”, explica Thatiane.
Assim como Marcela Caetano, Thatiane começou seus trabalhos artesanais no meio da pandemia, sendo uma forma de ocupar o tempo.
“Como antes essa pintura eu fazia pensando em mim, pintava com referência na cultura pop, a livros e a filmes, porque são as coisas que eu gosto – o que acabou gerando essa identificação com outras pessoas”, relata a artista visual.
Ao divulgar suas pinturas no Instagram @spellart_ , muitas pessoas passaram a procura-la, solicitando orçamentos e produtos exclusivos.
“A gente sempre tenta variar, mas tem muito de Harry Potter e de Supernatural porque são coisas que eu gosto bastante. Mas quando as pessoas pedem por encomenda, elas podem pedir personalizado também”, explica Thatiane.
Para a ilustradora o grande diferencial do seu trabalho é a “personalização”:
“A partir do momento que você compra, ninguém vai ter aquele produto exatamente igual ao seu. Então tem muito do personalizado, da autenticidade, de saber também que uma única pessoa fez todo o processo para entregar aquele produto”, relata.
A III Feira da Mulher Artesã contou com a presença de várias expositoras, variando entre produtos alimentícios, papelaria, produtos de beleza e outros. É um evento voltado para estimular o empreendedorismo feminino e, por isso, acontece todos os anos no mês de março, que é dedicado às mulheres.