Candidatos da esquerda guaratinguetaense se demonstraram pró carnaval e prometem mudanças a favor da festividade em conversa com Organização das Escolas de Samba de Guaratinguetá
Thales Gayean (PSoL) e Fábio Selles (PT) reuniram-se separadamente com a Oesg para debater a respeito do que cada um vislumbra para o carnaval de Guaratinguetá, caso eleitos. Régis Yasumura (PL), Dani Dias (Republicanos) e Júnior Filippo (PSD) foram os primeiros entrevistados pela entidade. A sabatina dos candidatos da esquerda aconteceu no dia 3 de setembro, na sede do Sindicato dos Químicos.
A conversa livre, que finaliza o ciclo de sabatinas com os candidatos ao Executivo, de Guaratinguetá, teve como principal pauta: a necessidade de melhoria de diálogo com a Prefeitura.
Além disso, conflitos causados pela realização do carnaval na Presidente Vargas, a possibilidade de aumento da quantidade de arquibancadas e de camarotes, juntamente com a sugestão de reajuste na redistribuição desses valores arrecados com as agremiações foram pautas discutidas com Gayean e Selles.
Com visão de agente de cultura, Thales Gayean (PSoL) pretende colaborar com as agremiações na captação de recursos, caso eleito
O primeiro candidato da noite foi Thales Gayean, que inclusive é participante do carnaval. Costuma desfilar na Embaixada do Morro e frequenta ensaios dessa e outras agremiações guaratinguetaenses.
O candidato relata que “nunca tinha desfilado”, mas que começou a se interessar pelo carnaval do município após ter viajado e morado a trabalho em Angola, na África. Ao se conectar com a cultura ancestral, passou a se interessar mais diretamente pelas festividades carnavalescas. A partir disso, começou a desfilar na Embaixada, onde foi campeão. Algo que, segundo o psolista, “foi algo doido demais”.
Em termos de propostas, Thales, que foi funcionário da Secretaria de Cultura de Guaratinguetá, comenta que é interessante para as agremiações o uso de recursos provindos de editais culturais, tanto do setor público quanto privado. Além disso, afirma que será efetivo no acompanhamento dos recursos – o candidato inclusive é formado em História e trabalha no segmento de restauração de antiguidades, juntamente com a área de captação de recursos.
Foco no desenvolvimento de uma mentalidade voltada para a aprimoramento da mão de obra local é a principal visão de Fábio Selles para o carnaval do município
Fábio Selles iniciou sua sabatina auto-afirmando-se como participante do samba: “sou do Acadêmicos, saio na Velha Guarda”. Além disso, relata que iniciou sua participação no meio ainda na adolescência e que precisou sair de Guaratinguetá no início da fase adulta para realizar seus estudos em Engenharia Civil na USP. Terminado o curso superior, voltou para terra natal onde trabalhou na Fiscalização de Obras, da Prefeitura. Desde então, hoje aos 68 anos, relata que tem sido atuante no meio carnavalesco.
Dois compromissos que o candidato firmou com a Oesg foi o do aumento da verba da Cultura para 1%, sendo que hoje está em torno de 0,5%. Além disso, de estudar a possibilidade, juntamente da Organização das Escolas de Samba, da mudança de gestão do carnaval da Secretaria de Turismo para a Cultura.
Outro tema, que foi levantado pelo candidato, Fábio Selles, foi o trabalho na mudança de visão a respeito da gestão de recursos dentro das agremiações, para que se comportem mais como pontos de cultura.
Isso, sobretudo com o aumento de investimento em oficinas para as comunidades, a fim de criar mão de obra especializada no meio para atender principalmente no carnaval, e na contratação de mão de obra local – a realização dos cursos facilitaria na profissionalização de vários segmentos dentro das agremiações, na visão de Fábio Selles.
Confira a opinião de ambos os candidatos em relação a possibilidade de impedimento de realização do desfile carnavalesco
O repórter, Fábio Seletti, da Outros Relatos, questionou ambos os candidatos a respeito da possibilidade de não acontecimento do carnaval em Guaratinguetá, caso sejam eleitos.
Conforme relataram, como são ambos envolvidos com diretamente com o meio carnavalesco, rechaçaram de imediato a possibilidade de que terem interesses pessoais no impedimento do acontecimento dos desfiles carnavalescos.
Todavia, no caso de “alguma tragédia grave”, ambos consideraram a possibilidade de não realização dos desfiles, principalmente em casos de grandes proporções, “como aconteceu no Rio Grande do Sul”, relembrado pelo candidato do PT, a respeito das chuvas fortes que causaram enchentes e mortes nesses Estado no início de 2024.