Foto: Gabriela Pinheiro
Ainda irei relatar aqui muitas histórias de assombração que aconteceram em Mariana e Ouro Preto, como esta da casa mal assombrada da Rua Direita.
Principalmente porque o que não falta é assunto sobre essa pauta.
Como a última história que relatei ocorreu em Ouro Preto com o meu pai e agora quero contar para vocês o que aconteceu em Mariana com a minha avó, na década de 50, e que tem muuuitos casos assombrosos na conta.
Minha avó nasceu em Furquim, distrito de Mariana. E na adolescência se mudou definitivamente para a nossa cidade com sua família.
Foram todos morar na Rua Direita de Mariana, em um casarão histórico que fica bem na esquina da rua – uma casa bem grande mesmo.
Mas, minha família, apesar de gostar muito da casa, não se sentia bem em ficar no sótão. Lá iam apenas para arrumar e na parte da manhã.
E a sensação ruim provocada pelo sótão se confirmou na prática
Um dia, minha avó teve uma briga bem feia com a minha bisavó, sua mãe, tarde da noite.
As suas discutiram muito e minha avó, de pirraça, disse que ia ficar sozinha no sótão para não ficar perto de sua mãe.
Então, minha avó subiu até o sótão e ficou na janela olhando a rua.
E quando deu exatamente meia-noite em ponto (segundo a minha avó, em ponto MESMO) ela escutou um estrondo.
A mesa do sótão, que era feita de madeira forte e antiga, simplesmente tinha caído com os pés totalmente espalhados, cada um para um lado.
O sinistro momento em que a casa mal assombrada da Rua Direita se revela
Minha avó correu para tentar levantar a mesa, mas quando se aproximou, a mesma levantou totalmente sozinha!
Então, minha avó correu para o seu quarto e deitou na cama se cobrindo com o lençol dos pés à cabeça. Ao mesmo tempo rezava várias orações para espantar o espírito maligno.
Mas exatamente por uma hora, ela sentiu uma mão tentando a todo o momento puxar o lençol.
Foi aí que, ao marcar exatamente uma hora da manhã, um galo começou a cantar e o espírito simplesmente desapareceu no exato momento do seu canto!
Minha avó permaneceu com a cabeça coberta até seis horas da manhã. Não conseguiu dormir e não saiu de seu quarto.
Não teve nem coragem para levantar.
Ao amanhecer totalmente, ela procurou sua vizinha e amiga que era muito religiosa e contou o ocorrido.
A vizinha lhe disse que a casa tinha fama de mal assombrada há muito tempo. Por isso, quase ninguém conseguia permanecer por lá.
Além disto, o fato da minha avó brigar com sua mãe e manter o seu orgulho até o fim contribuiu para o espírito maligno fosse atormentá-la. Se tivesse buscado ajuda de sua mãe, talvez os tormentos tivessem amenizado.
Logo, a vizinha pediu para a minha avó rezar muito e procurar minha bisavó para fazerem as pazes.
E, de imediato, minha avó, orgulhosa e muito jovem, não procurou sua mãe.
Passando os dias, porém, elas se reconciliaram. E mesmo não dando o braço a torcer, minha avó começou a evitar brigas com sua mãe. Além disso, nunca mais foi ao sótão.
Afinal, orgulho tem limite e é sempre bom respeitar os seus pais e o desconhecido.
E você, briga muito com sua mãe?