Minas Gerais possui um patrimônio histórico inigualável, com destaque para as igrejas construídas no início da fundação das cidades do estado. E as igrejas em Paracatu estão entre as mais belas!
Não dá para passar por Paracatu e não visitar pelo menos algumas dessas igrejas. Vamos citar aqui apenas três, mas o conjunto é imenso. E guarda sempre particularidades que você só encontra em terras mineiras. Confira, que é bom demais!
A Igreja Matriz de Santo Antônio
Fotógrafo: Jorge Colares • Licença: (CC BY-SA 3.0)
A singeleza das linhas externas faz da igreja matriz de Paracatu um dos conjuntos arquitetônicos mais impactantes da cidade. A fachada do templo é extremamente simples e feita de uma peça só. Conta com uma grande porta no meio, ladeada por dois janelões no mesmo estilo.
Em estilo barroco-jesuítico o templo é construído em madeira, com estrutura de vigas de aroeira e taipa. O alicerce é de pedra.
A construção conta com dois corpos laterais mais baixos acrescidos, mais tarde, ao projeto original. Ao contrário das outras igrejas históricas de Paracatu, essa não tem torres.
Ninguém pode imaginar que a estrutura de linhas retas, tão simples, esconde nada menos do que sete altares. O interior da Igreja Matriz de Santo Antônio é fantástico.
O piso é todo em madeira e esconde túmulos seculares. O altar principal é rico em entalhes e ainda hoje conserva o estado original do cedro com o qual foi construído.
Essas características conferem uma cor escura ao conjunto, mostrando cada linha do envelhecimento causado pelo tempo.
Toda a estrutura é circundada por sete altares laterais. Cada um deles tem um estilo diferente e quatro permanecem inacabados.
Uma história…
A Igreja Matriz de Santo Antônio tem uma história interessante.
Foi erigida em 1746 pelo padre Antônio Mendes Santiago. Conta-se que era uma figura temida na região. E levava fama até de que fosse chefe do tribunal da Inquisição.
Na época, ele desrespeitou a ordem do bispado de construir uma igreja em honra a Santo Antônio, na Manga. Este era o local determinado pelo bispo.
E trouxe o templo para Paracatu, sendo nomeado vigário geral do então arraial, em 1755.
A construção daquela época permanece intacta até hoje. Com a criação de uma diocese para o local, a igreja foi elevada ao status de Catedral.
Igrejas em Paracatu: Nossa Senhora do Rosário
Fotógrafo: Ederlucio Melo • Licença: (CC BY-SA 4.0)
Essa é outra igreja que se destaca no Centro Histórico de Paracatu.
A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos está entre os mais importantes templos da cidade.
Esse templo está localizado no largo do mesmo nome. Carrega o espírito setecentista dos jesuítas e, como a matriz, também foi tombada em 1962. Essa igreja foi construída em 1744, pelo já nosso conhecido Padre Mendes Santiago.
Rústica, de taipa, a obra tem em suas linhas, a referência arquitetônica da região de transição entre Minas Gerais e Goiás. Atualmente a fachada ostenta uma torre central. Embora não faça parte do projeto original, ela segue o mesmo desenho.
Por dentro, a igreja é um esplendor. É uma das igrejas em Paracatu mais interessantes.
Sem qualquer pintura decorativa, seu interior guarda diversas imagens talhadas em madeira do século XVIII. O assoalho, bastante preservado, mostra traços de túmulos da época de sua fundação.
Os altares são cavados nas paredes. Com destaque é para o altar-mor, todo talhado em madeira.
Era originalmente a “igreja dos negros”. A porta do sacramento conta com a representação da cabeça de um negro, devidamente disfarçada em uma folha de parreira.
Igreja de Sant’Anna
Fotógrafo: Jorge Colares • Licença: (CC BY-SA 3.0)
A Igreja de Sant’Anna está localizada no bairro Santana.
É uma réplica da primeira igreja edificada em Paracatu e foi construída em 1990.
A igreja original foi a primeira a ser construída no então arraial, por volta de 1733. E foi também a primeira a ser demolida, em 1935.
Construída sob a referência do antigo barroco mineiro, a construção revelava um contraste gritante: a simplicidade da fachada e a suntuosidade do interior. Sua construção utilizou mão de obra, vinda de Portugal e da Bahia, exclusivamente para este fim.
Após erguida, era permitida a entrada apenas de brancos, no interior da igreja. Após sua demolição, o altar-mor foi desmontado. A peça foi transportada em carro de boi até a matriz de Santo Antônio, onde se encontra até hoje.
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