Quem nunca teve vontade de voltar no tempo e participar de episódios da história? Ou mesmo quis estar presente no cotidiano das famílias coloniais, vivenciando épocas distantes, com hábitos e costumes bem diferentes dos de agora? Alguns lugares do passado parecem guardar essa energia e dão a impressão de que estamos em outra época. A Casa da Baronesa, em Ouro Preto, é assim.
Nesses lugares, a estrutura e a mobília e até o cheiro parece relembrar um tempo que não vivemos. Mas que gostaríamos muito de ter conhecido. Visita-la equivale a comprar uma passagem para uma viagem no tempo.
Saiba mais sobre a Casa da Baronesa em Ouro Preto
A Casa da Baronesa está localizada na Praça Tiradentes, no Centro da cidade. Para quem deseja saber mais sobre o cotidiano dos moradores das antigas vilas, é o lugar ideal.
A casa é construída em dois pavimentos. Pela sua arquitetura, é fácil perceber que o pavimento térreo foi feito para funcionar como comércio. Nele existem quatro vãos e acesso lateral à área de serviços. A residência ficava no pavimento superior que conta com três vãos. Foi moradia da família Barão de Camargos, uma das mais ilustres de Vila Rica.
O interior da casa mostra exatamente como era a vida social da época. Pertences originais dos Barão de Camargos estão dispostos pelos cômodos. A impressão é de que os moradores vão chegar a qualquer momento, convidar-nos para sentar e tomar um café torrado na hora.
No quintal, uma carruagem que pertence ao Museu da Inconfidência. É fácil deduzir que era o meio de transporte que levava damas e cavalheiros da família em suas saídas. Mesmo antiga e um pouco danificada, parece poder sair a qualquer momento. Em um passeio típico do século XVIII, quase dá para ouvir o som agudo das grandes rodas, em atrito com o chão de pedra sabão ouro-pretano.
Mas a Casa da Baronesa não é uma simples casa antiga tombada pelo Patrimônio Cultural. Quem visita o lugar pode conhecer mais a fundo uma história de riquezas e opulência.
Escavações arqueológicas no local deixaram à mostra um patrimônio incalculável da arquitetura da cidade. Ali, a história pulsa no espaço de observação do ambiente de exploração dos primeiros mineradores das Minas Gerais.
Também é possível ver o antigo dreno de águas pluviais em pedra e restos da estrutura da casa de alvenaria em pedra.
Há também muros de arrimo, pisos e canalizações que parecem datar do século XVIII. Tem ainda rampa e escada de acesso público, além das ruinas da antiga Santa Casa de Misericórdia.
Quem morou na Casa da Baronesa
Estima-se que a Casa da Baronesa tenha sido construída na segunda metade do século XVIII. Pertenceu ao Coronel Carlos José da Silva, copista dos Autos da Devassa e Deputado da Junta da Real Fazenda. O segundo dono da casa foi o comendador Fernando Luís Machado Magalhães.
Foi ele quem deixou a propriedade de herança para sua filha, Maria Leonor Felícia da Rosa. Somente aí a casa ficou conhecida pelo nome da família. Maria Leonor era casada com Manoel Teixeira de Souza, o famoso Barão de Camargos.
Em seguida, a casa passou a pertencer ao segundo Barão de Camargos, Antônio Teixeira de Souza Magalhães e sua esposa Maria Regina Baweden Teixeira. Eles foram os últimos moradores da Casa da Baronesa. Em 1941, o imóvel foi doado ao Patrimônio Histórico da União. Simplesmente incrível!